segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Escolha II

Dormir era a unica coisa que eu realmente , queria, porém meus sonos eram sempre recheados de sonhos que se repetiam como se fossem uma continuação. Era como se eu estivesse assintindo a um filme e desse um pause, para ir ao banheiro ou qualquer outro lugar, e quando eu voltasse era só apertar o play e o filme recomeçava do ponto onde havia parado, assim eram meus sonhos ....
Não consegui entender o por quê, embora soubesse que havia um.Tinha receios de falar sobre isto com alguem pois temia que poderiam me achar doida, já não bastava o que eu estava fazendo comigo, além do mais isso seria mais um sofrimento para minha mãe, ela não merecia passar por mais isto também.           
Em uma noite destas de sono e sonhos, me vi mais uma vez no casarão , diante das inúmeras portas que me erram apresentadas, e mais uma vez eu era obrigada  escolher uma delas  , aquela voz na minha cabeça, me dizia .
- Lesley faça a escolha. Faça a escolha . Faça a escolha.
Porém eu não sabia o que fazer , nem que porta abrir, e isso me apavorava, pois a voz daquele que eu não via , mas sentia, crescia dentro da minha cabeça, tomando uma tonalidade de grito, tão forte que doía , como doía minha cabeça. parecia que ia explodir...
Me curvei , com a cabeça entre as pernas, tomada por um pavor enorme, pois a opressão era forte , e minha cabeça doía muito, mesmo. Sentia o toque frio daquele que eu não via em meus braços e o sopro gelado em meu pescoço. E a sua voz .
- Lesley, te espero a tanto tempo. Faça a escolha .Escolha. Escolha.
Gritei , mas minha voz estava presa na garganta, e o som não ecoou, não tinha para onde correr, sentia que a qualquer momento iria estourar... Em meio a esta situação, lembro-me de sentir que não tinha mais forças, para resistir, e foi me entregando . Foi quando eu  vi ,  uma luz vinda não sei de onde, em minha direção. senti suas mãos me segurando pela cintura, senti quando meu corpo foi tirado do chão frio, senti um vento , mas não o mesmo gelado de antes, agora era  brisa que me trazia conforto, ouvi algo como um bater de assas, mas não sei bem se era mesmo isso, então tive a sensação de voar...
A voz em minha cabeça era outra, suave, doce, tranquilizadora e me dizia.
- Tudo vai ficar bem, vou cuidar de você Lesley. A escolha será feita, mas antes você , saberá por quê, terá que faze-lá. Durma Lesley, apenas durma bem e descanse.                                      

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