segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Recordações




Já haviam se passado uma semana desde o incidente no meu trabalho e no entanto eu continuava afastada. Durante este período, limpei, passei, joguei alguma coisas fora , doei outras que não usava, fui ao cinema, assisti meus seriados favoritos, ouvi musica, dormi , pensei em ligar inúmeras vezes para Marisa para saber se podia voltar, mas me controlei, enfim continuei vivendo. E durantes esta sessão de faxina, encontrei e reli algumas cartas guardadas em uma caixa de sapato, mas que para mim eram verdadeiros tesouros.
            Durante este tempo que estive relendo aquelas cartas, pude voltar no passado reviver emoções , através de situações vividas ,algumas nem tanto agradáveis , outras muito boas,enfim, lembranças de coisas e pessoas, as quais, algumas ficaram para trás, não por que não foram importantes , não é isso, mas  por que simplesmente cumpriram o que havia de ser cumprido, percorrerão comigo até o trecho que deveriam percorrer , mas sempre irão fazer parte da minha estoria. Outras  continuam a caminhada ao meu lado, até quando DEUS assim permitir.
            E a saudade foi tomando conta de mim. Quando percebi estava chorando ao ver as fotos dos meus avós queridos, fotos da minha infância, de amigos . Vi fotos também de um passado doloroso, um tempo sombrio que vivi, onde nada além da escuridão era meu desejo, não existiam muitas delas, mas algumas quando mamãe praticamente me colocava na foto, me segurando pelo braço, tanto que não há sorriso em meu rosto, olhando bem não há expressão nenhuma nele.
            Este período foi desencadeado por uma depressão, aparentemente sem motivos nenhum, sim pois se olhasse para minha vida eu tinha tudo o que queria, e até mais que muitas garotas da minha idade. Minha família me dava amor e carinho, tinha amigos, freqüentava uma boa escola, era uma boa aluna, enfim nada aparente mesmo.
            Mas foi crescendo de mim uma tristeza, que pouco a pouco foi me consumindo por dentro, parecia que meu coração era um imenso buraco, onde não havia nada de bom, apenas esta tristeza enorme, que a cada dia mais e mais ia preenchendo este vazio. Me achava feia, não gostava do meu cabelo, mão gostava da minha pele, detestava meu corpo, achava que não tinha ninguém que gostava de mim, mesmo todas as pessoas me dissendo ao contrário. Me achava esquisita, passava o dia inteiro trancada no meu quarto, com a luz apagada, não comia, e chorava a cada vez que pensava em tudo o que estava acontecendo. Na verdade eu tinha consciência de que era errado, mas não tinha força para sair daquilo, e a cada dia uma me aprofundando mais. Foi então que me veio a idéia, “ e se eu me cortasse, só para ver se esta , dor que tenho dentro de mim passa”, fui até a gaveta do meu quarto, peguei um transferidor e comecei a passar a sua ponta na minha coxa, doeu um pouco, mas  a sensação foi boa, então passei de novo, e de novo , e de novo até ver o sangue escorrendo pela minha perna. Isto me causou uma sensação de alivio, fui para o banheiro me lavei a perna, Comecei a usar camisas ou blusas de mangas mais longas bermudas ou calaças jeans, para que minha mãe ou qualquer outra pessoa não vise os meus machucados e começassem a  me fazer perguntas. Mas como saí do quarto, e voltei para a escola, minha mãe não notou nada de estranho, pelo contrario , ela ficou feliz, ela dizia “ Graças a DEUS minha filha, esta curada”, as vezes me sentia  culpada, por deixar ela pensar assim , já que na verdade eu estava era piorando mais e mais.
            E assim eu passei dois anos da minha vida , até que um dia em meio a uma crise depressiva, eu peguei uma lamina de barbear do meu pai, e passei no meu pulso, eu não queria cortar muito , só sentir a lamina cortando a minha carne, isto é que era o bom , sentir a carne sendo cortada, mas coloquei um pouco de força a mais, e quando dei por mim esta caindo, e em meio a imagem destorcidas, que vieram depois , lembro-me do rosto da minha mãe, chorando e perguntando , por que. Tive que ficar hospitalizada pois perdi muito sangue. Em uma destas noite eu o vi pela primeira vez. Era um moço moreno , alto com mais ou menos 1,80 m de altura, cabelos bem cortados, olhos de um negro profundo, om sorriso maravilhoso, braços e pernas bem torneados, um abdomem escultural, não que eu o já havia visto, mas era o que dava para ver por sobre a camiseta salmão que usava, que  combinava perfeitamente com o jeans puído quando ele falou comigo, alguma coisa começo a mudar em mim. Seu nome era Bryan, não sei como ele me achou , pois nunca havia visto antes. .....

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